sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Diálogo das religiões - Direito de resposta (Completo).avi

MENSAGEM PARA O ANO NOVO (2.012)

AO FINAL DE MAIS UM ANO , NOSSO CASO 2.011 , TODOS USAM AS EXPERIÊNCIAS DE ATIVIDADES POSITIVAS E NEGATIVAS DESTE PARA REFLEXÃO E ANÁLISE DE NOVOS RUMOS, ATITUDES, NOVAS ATUAÇÕES, ENCARGOS, ATIVIDADES EM BUSCA DE HORIZONTES E REALIDADES MELHORES DE SUAS VIDAS NO DIA A DIA, QUE REFLITAM DE FORMA COLABORATIVA PARA UMA SOCIEDADE MELHOR E SÁDIA EM TODOS OS SENTIDOS. O ANO QUE SE FINDA FOI BOM EM MUITOS ASPECTOS DAS ATIVIDADES REALIZADAS POR ESTE CONSELHO JUNTO ÀS INSTITUIÇÕES QUE REPRESENTAM A COLETIVIDADE DE MATRIZES AFRICANAS E AFRO BRASILEIRAS ( CANDOMBLÉ E UMBANDA ) DENTRO NO MUNICÍPIO. TEMOS QUE AGRADECER AS DIVINDADES SAGRADAS, OLORUM, OS SAGRADOS ORIXÁS ( TODOS SEM EXCESSÃO ), SENHORES DOS NOSSOS DESTINOS, BEM COMO “O DOM DA VIDA” POR ELES CONCEDIDOS À NÓS, SEUS REPRESENTANTES NA TERRA, ALÉM DE TODOS OS IRMÃOS(ÃS) SEJAM OU NÃO DE NOSSA RELIGIOSIDADE ( MAS IRMÃOS EM HUMANIDADE E DIANTE DO ÚNICO CRIADOR, NOSSO DEUS ! ) QUE MILITAM NO PODER PÚBLICO MUNICIPAL, AOS PARCEIROS INSTITUCIONAIS E DEMAIS AMIGOS DO CORAÇÃO PELA COLABORAÇÃO, ATITUDE PRÓ ATIVA, APOIO, ETC... BEM COMO PELO RESPEITO . NOSSA GRATIDÃO MESMO !!! PARA ESTE ANO QUE SE INÍCIA 2.012, CONTAMOS COM ESTES E OUTROS DEMAIS PARCEIROS QUE SE ACHEGUEM AO IDEAL DO COLETIVO REPRESENTADO E TAMBÉM COLABOREM DENTRO DE SUAS POSSIBILIDADES, COM O ÚNICO INTUÍTO DE “SERVIR”, TRABALHAR MESMO PARA UNIDADE DENTRO DA DIVERSIDADE MULTICULTURAL DAS VÁRIAS TRADIÇÕES E SEGUIMENTOS DA NOSSA RELIGIÃO, POIS TEMOS UMA TAREFA IMPORTANTE QUE É DE FAZER A CONVERGÊNCIA DENTRO DAS DIVERGÊNCIAS NATURAIS DOS SERES HUMANOS DEVIDO SEUS “EGOS” E/OU INTERESSES DIVERSOS, MAS QUE NÃO REFLETEM DE FORMA POSITIVA PARA O TODO COLETIVO DE NOSSA SOCIEDADE; SOBRECARREGANDO ASSIM OS MUITOS QUE DESEJAM E QUEREM VER-SE EM CONDIÇÕES IGUALITÁRIAS DE DIREITOS E REPRESENTATIVIDADE JUNTO AOS PODERES CONSTÍTUIDOS DO ESTADO BRASILEIRO, ESTAS IMPORTANTES PARA EXPRESSÃO DE LIBERDADE COM RESPONSABILIDADE E REFLEXOS POSITIVOS PARA EFETIVAÇÃO DE VERDADEIRA FRATERNIDADE COM O TODO DA SOCIEDADE. ENFIM TEMOS UM “BELO HORIZONTE” PELA FRENTE COM MUITAS E VARIADAS ATIVIDADES RELIGIOSAS, CULTURAIS, EDUCACIONAIS E DE DIÁLOGOS INTER RELIGIOSOS NO TRANCORRER DESTE ANO QUE À POUCO MAIS TERÁ SUA PARTIDA EM CONTAGEM DE NOVAS HORAS (NOS SEUS PRÓXIMOS 366 DIAS) EM NOSSAS VIDAS INDIVIDUAIS E COLETIVAMENTE FALANDO. SEJA ESTE UM ANO “ÍMPAR” EM REALIZAÇÕES POSITIVAS, EFETIVAS E AFIRMATIVAS EM TODOS OS CAMPOS E SENTIDOS DE NOSSAS VIDAS, EM PRÓL DO “TODO” ! LEMBRANDO QUE NA VERDADE “TODOS SOMOS UM” ! QUEM GANHA É A RELIGIÃO, NOSSAS INSTITUIÇÕES E A SOCIEDADE COMO SOMA DO “TODO” TAMBÉM, COM AS ATITUDES CONTRIBUTIVAS E A SOCIALIZAÇÃO DE NOSSOS VALORES ESPIRITUAIS E HUMANITÁRIOS DE NOS SENTIR TODOS FILHOS DAS DIVINDADES EM SUA INTERDEPENDÊNCIA E NECESSIDADE DE SOMAR-SE PARA ATINGIR O EQUILÍBRIO DO “COSMOS” (UNIVERSO). O SEMPRE FORTE, SINCERO E FRATERNAL ABRAÇO, UM EXCELENTE INÍCIO DE NOVO ANO EXTENSIVO À TODOS ! BOA SORTE ! BEM ESTAR ! BOA VENTURA ! SUCESSO ! AXÉ !!!

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Oreru nhamandú tupã oreru

Oreru nhamandú tupã oreru
( Nossos pais são, o sol e o trovão)



Oreru Nhamandú Tupã Oreru

Oreru Nhamandú Tupã Oreru

Nhamandú Tupã Oreru.

P.S: (não anotei em sala, memorizei e só depois pesquisei...rsrs)


Disco: Ñande Reko Arandu ''Memória Viva Guarani''

Texto do disco: "Este álbum resgata a cultura do povo Guarani com o cântico das crianças evocando o espírito ancestral em cada um de nós e, deixando claro a importância dos cânticos em cada situação de nossa existência".

Para adquirir o CD: http://www.livrariacultura.com.br/scripts/resenha/resenha.asp?nitem=371448&am...

A gravação deste álbum reuniu 300 crianças e músicos de dez aldeias guarani e de uma aldeia tupi-guarani dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro para registrar quatro modalidades da música guarani: acalantos, cantos religiosos infantis, duetos de flautas de bambu e temas da Dança do Tangará ou Kunhã Jerokya, executados com violão ou rabeca. O disco faz parte de um movimento cultural iniciado pelas aldeias Tenondé Porã, Boa Vista, Ribeirão Silveira e Sapukai, que estimula a realização dos corais infantis em várias aldeias guarani do Sul e Sudeste do país, as composições de novos cânticos e a recuperação de antigas modalidades musicais. O CD foi gravado entre 1999 e 2002 em estúdios móveis instalados nas Opy (casas de reza) das aldeias Tenondé Porã, Ribeirão Silveira e Krukutu.

SEM FINS LUCRATIVOS - APENAS PROMOVENDO


A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA

Família

A Família é o bem mais precioso que podemos ter e cultivar.
Foi a ela que Deus nos confiou para nos acompanhar ao longo da nossa formação, e o quanto e enquanto coubermos com respeito, amor, carinho, lealdade e sabedoria.
É com ela que desenvolvemos nossos primeiros traços de personalidade.
Quando o resto do mundo parece não nos compreender é á ela que recorremos, ou é nela quem pensamos.
Claro que com a convivência muitas outras coisas surgem como conseqüência; Pois mesmo sendo parecidos somos indivíduos com pensamentos, crenças e convicções individuais, ”DIFERENTES”.
Mas isso é a primeira lição que temos antes de migrarmos pro mundo a fora.
Pois se não aprendemos a superar as situações, respeitar as opiniões, cultivar o amor e viver em harmonia pelos laços consangüíneos, não utilizaremos desses valores do lado de fora; Onde não teremos além da obrigação de respeitar o ser - humano, simplesmente por ser. Sem termos vinculo algum afetivo em questão.
Ao olharmos os erros e defeitos de nossos Paes e irmãos, não podemos esquecer que somos reflexos um do outro, e podemos errar tanto como tal.
Uma convivência Harmônica parte de você acreditar que você pode torná-la agradável começando por você mesmo.
Enfim problemas sempre existiram, mas família serve exatamente para garantir que você não vai passar por eles sozinho.

Everton Rodrigues

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Hino à Guarulhos - Em comemoração aos 451 anos.

O CONSELHO DAS RELIGIÕES DE UMBANDA E CANDOMBLÉ CONFRATERNIZA-SE COM O POVO GUARULHENSE NO MÊS EM QUE NOSSA QUERIDA CIDADE COMPLETA MAIS UM ANO EM SUA BONITA HISTÓRIA, QUE CONTA COM A PARTICIPAÇÃO DESDE SEU INÍCIO DE TERRITÓRIO COM NOSSOS IRMÃOS ÍNDIOS GUARU, BEM COMO MAIS TARDE COM A MÃO DE OBRA DOS IRMÃOS "AFRICANOS" NA EXTRAÇÃO DO PRECIOSO "OURO" - METAL TÃO COBIÇADO ATÉ NOSSOS DIAS - NAS LAVRAS DESTA CIDADE, E TAMBÉM EM VÁRIAS BENFEITORIAS NAS FAZENDAS EXISTENTES EM NOSSO MUNICÍPIO NAQUELA ÉPOCA.






A música do Hino à Guarulhos foi composta pelo maestro Aricó Júnior e a letra pela professora Nicolina Bispo vencendo concurso realizado em 1960. Foi orquestrada pelo maestro Wenceslau Nasari Campos por ocasião da comemoração do IV centenário da cidade na mesma data.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Hino Para Oxalá

Hino dos Orixás

( UMA SINGELA HOMENAGEM AOS IRMÃOS(ÃS) UMBANDISTAS, NA PASSAGEM DESTE NATAL - 2.011 ).


Canto a Oxala - É NATAL !!!

MENSAGEM DE NATAL DO CONSELHO.

O CONSELHO DAS RELIGIÕES DE CANDOMBLÉ E UMBANDA DE GUARULHOS VEM NESTE FINAL DE ANO ( 2.011 ) SAUDAR E CONFRATERNIZAR-SE COM O “POVO DO SANTO” REPRESENTANTES LEGÍTIMOS DOS CULTOS DE MATRIZES AFRICANAS E AFRO BRASILEIRA, BEM COMO COM AS AUTORIDADES PÚBLICAS MUNICIPAIS, ESTADUAIS E FEDERAIS DAS TRÊS ESFERAS DO PODER, ALÉM LÓGICO DE TODA A SOCIEDADE PELA PASSAGEM DAS FESTAS NATALINAS E TAMBÉM DE MAIS UM ANO NOVO; APROVEITANDO PARA EXTERNAR “GRATIDÃO” AO TODO PELA COOPERAÇÃO E AJUDA NAS REALIZAÇÕES DE SUAS ATIVIDADES E “MISSÃO” INSTITUCIONAL. OS SAGRADOS ORIXÁS POSSAM ABRÍR NOVOS E BONS CAMINHOS POSITIVOS DE CRESCIMENTO ESPIRITUAL E MATERIAL A TODOS(AS) ! QUE ESTE NOVO ANO TRAGA PROSPERIDADE EM TODOS OS CAMPOS E SENTIDOS DE NOSSAS ATUAÇÕES RELIGIOSAS COLETIVAS EM PRÓL À TODA COMUNIDADE, REFORÇANDO O SENTIDO DE UNIDADE DENTRO DA DIVERSIDADE E MULTICULTURALIDADE PRÓPRIA DA RIQUEZA DE NOSSOS CULTOS, DENTRO DAS DIVERSAS FORMAS DE EXPRESSÕES DAS INÚMERAS NAÇÕES E ORIGENS DOS FUNDAMENTOS DOS MUITOS MINISTROS(AS) RELIGIOSOS(AS) E DEMAIS CARGOS DA HIERÁRQUIA DAS COMUNIDADES TRADICIONAIS DE TERREIROS DESTE NOSSO MUNÍCIPIO E DO IMENSO TERRITÓRIO BRASILEIRO COMO UM TODO, E POR QUÊ NÃO TODOS(AS) OS DEMAIS IRMÃOS(AS) E CO-IRMÃOS(AS), CONFRADES E CONFREIRAS DO MARAVILHOSO PLANETA TERRA, NOSSO MUNDO MATERIAL ( AIYE ) E NA EXTENSÃO A COMUNHÃO COM OS ANCESTRAIS E ANTEPASSADOS, NO ANSEIO E ESPERANÇA DE DIAS E UM MUNDO MELHOR NO PRESENTE E TAMBÉM PARA AS FUTURAS GERAÇÕES, GERANDO A “CULTURA DE PAZ“ TÃO NECESSÁRIA EM NOSSOS ATUAIS DIAS, O RESPECTIVO RESPEITO, HARMÔNIA E TOLERÂNCIA PARA COM CADA UM E COM TODOS, POIS “TODOS SOMOS UM” ! BOA SORTE ! SUCESSO EM 2.012 ! VITÓRIAS ! REALIZAÇÕES E CONCRETIZAÇÕES DO BEM, DO BOM, DO ÚTIL, DO VERDADEIRO, DO PERMANENTE E JUSTO E PERFEITO NA VIDA DA COLETIVIDADE E INDIVIDUALMENTE A CADA CIDADÃO E CIDADÃ QUE SE RECONHECEM COMO IRMÃOS(ÃS) SENDO OU NÃO DO AXÉ, PORÉM COMO SENDO FILHOS DE UM SÓ E MESMO CRIADOR, NÃO IMPORTANDO POR QUAL NOME SEJA “ELE” ADORADO, VENERADO, CULTUADO, LOUVADO ETC... PORÉM DEVENDO SER VIVÊNCIADO ATRAVÉS DE NOSSO EXEMPLO E CONDUTA PERANTE NOSSOS DEMAIS SEMELHANTES E ATÉ MESMO NOSSA PRÓPRIA CONSCIÊNCIA, QUE É DE ORIGEM DIVINA, SÓ NECESSITANDO DO APRENDIZADO, EXPERIÊNCIA, EVOLUÇÃO E PROGRESSO INDIVIDUAL E/OU COLETIVO NESTA ATUAL JORNADA DE NOSSA EXISTÊNCIA NO PLANETA. UM GRANDE E CALOROSO AXÉ À TODOS(AS) ! NOSSO MUITO OBRIGADO ! O SEMPRE FORTE, SINCERO E FRATERNAL ABRAÇO,

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Diversidade Religiosa e Direitos Humanos - 20° Encontro da Nova Consciência

Campanha "Igualdade Racial é pra Valer": Solenidade de Assinatura (28.11...

Campanha publicitária do Governo Federal sobre o Disque Direitos Humanos - Disque 100, que recebe denúncias de violações e enfrenta a violência.

"Onde tem respeito, tem Direitos Humanos; onde não tem, disque 100"

CONSELHO EM AÇÃO !!! - Contribuindo também para um mundo e dias melhores entre as diversas culturas e etnias.

Integração e solidariedade "um só e mesmo povo", na verdade o povo de DEUS ÚNICO E VERDADEIRO REGENTE DE TUDO E DE TODOS, o mesmo cultuado pelas diversas religiões, aqui representando pelos Umbandistas e pelos representantes de matrizes africanas. "Bravo" !!! que este ato "singelo" se multiplique sempre...

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

MATÉRIA PARA REFLEXÃO DO TODO SOCIAL BRASILEIRO

http://diplomatique.uol.com.br/artigo.php?id=1045 ARTIGO 01 de Novembro de 2011 RELIGIÃO O que significa o crescimento evangélico no Brasil? A imagem dos evangélicos é de um segmento formado por pessoas na maioria das vezes honestas e confiáveis nas relações pessoais, mas intolerantes c/ religiões e morais alheias. Suas lideranças costumam ser percebidas com desconfiança, sendo algumas consideradas ambiciosas e arrivistas. Em que medida a avaliação procede? por Ronaldo de Almeida
(Celebração em templo da igreja Renascer em Cristo, em São Paulo) Há cerca de três décadas essa pergunta domina o debate público sobre as mudanças religiosas recentes no país, e se desdobra em outras. Quais são as causas da expansão evangélica e suas implicações? Trata-se de um segmento conservador de matriz fundamentalista? Como lidar com a presença crescente desses religiosos na mídia, ora sendo notícia, ora na posição de proprietários do veículo de comunicação, ou ambos ao mesmo tempo? Como conviver com a moralidade pessoal e os valores públicos dos evangélicos? E a lista de questões não termina... Não é simples definir a partir de quando os evangélicos começaram a ocupar o debate público, mas a eleição de 1986, que elegeu o Congresso Nacional Constituinte, pode ser considerada um marco. Nela, os pentecostais saltaram de dois deputados federais para dezoito, enquanto os protestantes históricos elegeram dezesseis, dando origem ao termo Bancada Evangélica, embora nem todos participassem dela, como atualmente nem todos participam. Já em 2010, segundo o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), foram eleitos 63 deputados federais e três senadores que se declararam evangélicos. A compra da decadente Rede Record pela Igreja Universal, em 1989, também foi outro acontecimento que coroou décadas de investimento dos evangélicos nos meios de comunicação. Atualmente, ela é a segunda maior rede de televisão do país, rivalizando por vezes com a Rede Globo. Em resumo, os evangélicos não só crescem numericamente como também ampliam seu alcance para o mercado, a política e a mídia, que se retroalimentam. Como consequência dessas investidas, existe uma preocupação disseminada na opinião pública, que se expressa na desconfiança sobre os interesses e o sentido dessa expansão religiosa. Seriam esses interesses comerciais? Ao que parece, essa é a crítica mais frequente. A imagem dos evangélicos, sobretudo a dos pentecostais, bastante difundida na sociedade brasileira, é a de um segmento formado por pessoas na maioria das vezes honestas e confiáveis nas relações pessoais, mas pouco tolerantes com religiões e morais alheias. Suas lideranças costumam ser percebidas com desconfiança, sendo algumas consideradas ambiciosas e arrivistas. Em que medida tal avaliação procede? Diversidade e flexibilidade Os dados do Censo 2010 sobre filiação religiosa, assim como outros, ainda não foram divulgados. Entretanto, pelo que vêm demonstrando várias pesquisas de menor alcance demográfico, algumas tendências apontadas nos dois últimos Censos (1991 e 2000) devem permanecer: o declínio de pessoas que se identificam como católicas e o aumento daquelas que se declaram evangélicas ou sem religião. A dúvida é quais foram as taxas dessas tendências na última década. A primeira consideração a ser feita é sobre a diversidade daquilo que genericamente se chama protestante histórico, pentecostal tradicional e neo-pentecostal. Mesmo ciente de que alguns desses religiosos não aceitariam ser classificados como evangélicos, adoto esse termo por ser de uso mais corrente e abranger todos os outros, que, por vezes, podem ser nomeados também como “crentes”. Entretanto, é prudente precaver que boa parte das minhas considerações refere-se mais propriamente ao pentecostalismo (o tradicional e o neo). O campo evangélico é variado, e a onda do crescimento tem quebrado em várias direções e com intensidades diferentes. A diversidade engloba da posição moral mais conservadora à crescente flexibilização dos costumes e comportamentos. Em relação a esse segundo caso, cada vez menos “virar crente” significa ruptura ampla e profunda com seu modo de vida. Cada vez mais a diversidade aumenta a oferta de estilos de vida evangélicos. A onda gospel, não só como gênero musical, mas também como estética, prática cultural e comportamento juvenil, é um bom exemplo de uma vida menos “careta” e em sintonia com os tempos atuais. Em boa medida, essa flexibilização decorre da circulação de uma parcela dos evangélicos entre as diversas igrejas. Assim, o crescimento evangélico, sobretudo da vertente pentecostal, é bem peculiar: multiplicam-se os nomes das igrejas, mas as pessoas são menos fiéis a uma delas especificamente. Uma parte significativa dos fiéis circula entre as igrejas “calibrando” sua religiosidade: com mais ou menos reflexão teológica, mais ou menos exigências comportamentais, mais ou menos emocionalismo, mais ou menos milagres, e por aí vai. Esse trânsito religioso proporcionou aos indivíduos maior autonomia, que se reflete na desinstitucionalização da prática religiosa. A vida religiosa parece cada vez mais privatizada ao mesmo tempo que de massa, logo, menos sujeita aos ditames morais de uma comunidade de “irmãos de fé”. Isso é visível na paisagem urbana brasileira, na qual vemos igrejas neopentecostais com as portas abertas permanentemente e com cultos em vários horários do dia, os quais se frequenta sem estabelecer vínculos comunitários e pessoais densos. Vários desses templos estão próximos aos principais terminais de transporte público das grandes cidades brasileiras, configurando uma religiosidade de passagem, bem adequada à lógica e aos fluxos urbanos. Trata-se de uma religiosidade muito mais centrada na pregação do pastor (também vista individualmente em casa, pela televisão) do que no fortalecimento das relações horizontais entre os frequentadores dos cultos. Muitos evangélicos falam da experiência religiosa como uma espécie de autoconhecimento, um voltar-se para si. Não por acaso, a pregação aproxima-se dos discursos de autoajuda e de empreendedorismo, tão recorrentes no mundo atual. Em suma, uma religiosidade muito direcionada para as demandas cotidianas materiais, afetivas e subjetivas, e menos voltada para a vida eterna, o pós-morte ou a especulação teológica, por exemplo. Para não dizer que não falei dos católicos Até onde vai esse crescimento evangélico, sobretudo dos pentecostais? Estes serão maioria no Brasil? Permitindo-me um exercício de futurologia, minha resposta é não, pelo menos não na velocidade que parece preocupar boa parte da opinião pública atual. Especulo que a tendência de crescimento das pessoas declaradas pentecostais, em particular, “baterá no teto”; não sei qual, mas o suficiente para não se constituírem como maioria demográfica no país. Em boa medida, embaso meu argumento citando a expansão-reação do catolicismo carismático. Padre Marcelo, Renovação Carismática, Canção Nova são alguns dos polos da revitalização católica, principalmente entre jovens e nas áreas urbanas. Assim, se uma das tendências demográficas no país é a do declínio das pessoas que se declaram católicas, é fato também que a expansão do carismatismo entre os católicos os tem tornado mais convictos de sua identidade religiosa, à semelhança dos evangélicos. Como consequência, a autodeclaração “católico não praticante”, tão popular no Brasil, tem cedido espaço à declaração “sem religião”. Isso pode ser considerado um feito do pluralismo religioso no Brasil: com a disputa por adeptos, a religião hegemônica (no caso, o catolicismo) é forçada à competição, colocando-se como uma alternativa, e não como a religião dos brasileiros. Resultado: se o número de católicos declina, ao mesmo tempo o catolicismo se robustece. Entretanto, parte desse sucesso católico deve-se exatamente à semelhança dos carismáticos com os evangélicos na doutrina da conversão, na dinâmica dos ritos, na experiência emocional, nos valores morais, nas práticas sociais, nas relações comunitárias e nas estratégias de crescimento. Assim, a expansão da religiosidade evangélica não se dá somente na atração de católicos, mas também por dentro do catolicismo. A religiosidade de muitos brasileiros tem adquirido cada vez mais tonalidades evangélicas. Política, moral e interesses Se o crescimento dos evangélicos dá-se em várias direções, o mesmo pode ser dito da participação na política institucional. Ela varia de práticas orientadas por interesses de grupos específicos a ações pautadas por temas mais estruturais da sociedade brasileira. Ressalta-se, contudo, que as primeiras são em maior número, espelhando a própria representação política do país. Entre as várias Comissões Permanentes do Congresso Nacional, é comum encontrarmos evangélicos naquelas que tratam dos meios de comunicação, dos programas sociais, da formação de Conselhos Públicos. Por um lado, visam à propaganda religiosa, por outro, atuam como mediadores dos serviços oferecidos pelo Estado. Além desses interesses, os temas de ordem moral e de fé religiosa são mobilizados com a finalidade de gerar identidade política entre os fiéis. A recente eleição para a Presidência da República, em 2010, forneceu um bom cenário para pensarmos a movimentação política dos evangélicos. De forma geral, a então candidata Marina Silva, do Partido Verde (PV), atraiu parte do eleitorado evangélico sem se valer excessivamente dessa identidade, pois já fazia parte de sua imagem pública. Seu problema foi o mesmo de Anthony Garotinho na campanha presidencial de 2002: não deixar a imagem evangélica provocar resistências no restante do eleitorado. No caso de Marina, uma declaração de que acreditava que o deus judaico-cristão havia criado o mundo lhe rendeu inúmeros questionamentos, sendo classificada por muitos como criacionista. Marina respondeu que a grande maioria da população brasileira acredita em Deus e que ele havia criado o mundo; além disso, ela não defendeu, pelo menos não publicamente, que o criacionismo fizesse parte do currículo escolar público. Em relação à sempre polêmica questão do aborto, a candidata Dilma Rousseff (PT) foi a que mais perdeu pontos com esse debate. Graças ao marketing político de seu principal adversário, José Serra (PSDB), a posição pró-aborto foi mais associada a Dilma, o que gerou resistência de muitos religiosos, principalmente dos evangélicos. Marina respondia a essa questão propondo um plebiscito, pois estava ciente de que as sondagens estatísticas indicavam que a maior parte da população votaria contra a legalização do aborto. Por fim, Serra assumiu a bandeira contra o aborto, assustando, e mesmo constrangendo, setores mais escolarizados e moralmente liberais nos quais tem forte base eleitoral. Mas Serra não é visto como alguém com perfil religioso, no sentido de reivindicar uma identidade, fosse ela católica, evangélica, espírita, entre outras possíveis. Seu programa eleitoral deixou o discurso contra-aborto para o pastor da Assembleia de Deus, Silas Malafaia, que tem se configurado como contraponto ao bispo Macedo e à Igreja Universal do Reino de Deus, apoiadores dos governos Lula e Dilma. O início desse apoio aos candidatos do PT deu-se somente na campanha presidencial de 2002, graças à aliança com o então nanico Partido Republicano (PR), que além de fornecer o vice de Lula, José Alencar, tinha metade de seus deputados federais pertencentes à Igreja Universal. Cabe relembrar, contudo, que durante as eleições presidenciais de 1989 as pregações e os jornais da Igreja Universal declaravam que Lula era o candidato do diabo. Plasticidade e enraizamento A Igreja Universal não apenas refez seu discurso anti-Lula e anti-PT, em 2002, como assumiu uma posição pouco fundamentalista em relação à reprodução humana, em 2009. Quando se intensificou no país o debate público (na verdade, mais restrito às camadas escolarizadas) em torno das pesquisas com células-tronco embrionárias e, a reboque naquele momento, a legalização do aborto em casos específicos, a Igreja Universal declarou-se a favor dos dois pleitos. Além dela, manifestaram-se a favor setores mais liberais do protestantismo histórico, como a Igreja Metodista e a Igreja Presbiteriana do Brasil. Como bem sabemos, a posição religiosa mais contundente e eficaz em termos políticos contra os dois temas é a da Igreja Católica, mas – convém sempre dizer – bem menos dos fiéis católicos. Ser a favor dos dois pleitos foi uma forma de a Igreja Universal se colocar na discussão em contraposição à Igreja Católica, com quem costuma rivalizar e de quem deseja o lugar na sociedade brasileira. Porém, tais posicionamentos permitiram a repercussão da pregação de Silas Malafaia como portador do discurso evangélico conservador, logo, contrário ao aborto. O mesmo conservadorismo tem sido direcionado contra a criminalização da homofobia. Por considerarem a homossexualidade curável moral e espiritualmente, os evangélicos veem a criminalização como limitadora de sua pregação religiosa. Nesse assunto, bispo Macedo e Silas Malafaia estão do mesmo lado. Por outro lado, em decorrência da crescente flexibilização dos costumes e comportamentos, foram criadas recentemente as “igrejas inclusivas” de perfil evangélico, que não condenam a homossexualidade. O número das igrejas inclusivas é insignificante perante a posição conservadora, mas o importante é perceber como a onda evangélica tem quebrado para vários lados, diferenciando-se conforme outras mudanças sociais no país. Em que medida, então, procedem a preocupação e a desconfiança da opinião pública em relação ao crescimento evangélico, como indagado inicialmente? A avaliação continua cabendo ao leitor. Os argumentos aqui apresentados, contudo, visaram demonstrar como as questões de fé imbricam-se em outras dinâmicas e mudanças políticas e sociais mais amplas do contexto brasileiro, que podem ser resumidas em uma tautologia sociológica: quanto mais o Brasil se torna evangélico, mais os evangélicos, principalmente os pentecostais, tornam-se como o Brasil. Ronaldo de Almeida Professor de Antropologia da Unicamp, pesquisador do Cebrap e autor de A igreja Universal e seus demônios, Terceiro Nome, 2009. Ilustração: Caetano Barreira/ Reuters Palavras chave: religião, igrejas, evangélicos, política, sociedade, moral, tolerância, governo, Igreja Universal, rede Record, comportamento, pentecostal, base eleitoral, bancada evangélica, Dilma, aborto, conservadorismo

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

AH ! TOLERÂNCIA. FALTA MUITO AINDA PARA O RESPEITO!!!

ELIANE BRUM - 14/11/2011 09h59 - Atualizado em 14/11/2011 09h59. A dura vida dos ateus em um Brasil cada vez mais evangélico A parábola do taxista e a intolerância. Reflexão a partir de uma conversa no trânsito de São Paulo. A expansão da fé evangélica está mudando “o homem cordial”? ELIANE BRUM X.X.X.X.X.X.X.X.X.X.X.X.X.X.X.X.X.X.X.X ELIANE BRUM Jornalista, escritora e documentarista. Ganhou mais de 40 prêmios nacionais e internacionais de reportagem. É autora de um romance - Uma Duas (LeYa) - e de três livros de reportagem: Coluna Prestes – O Avesso da Lenda (Artes e Ofícios), A Vida Que Ninguém Vê (Arquipélago Editorial, Prêmio Jabuti 2007) e O Olho da Rua (Globo). E codiretora de dois documentários: Uma História Severina e Gretchen Filme Estrada. elianebrum@uol.com.br @brumelianebrum X.X.X.X.X.X.X.X.X.X.X.X.X.X.X.X.X.X.X.X.X O diálogo aconteceu entre uma jornalista e um taxista na última sexta-feira. Ela entrou no táxi do ponto do Shopping Villa Lobos, em São Paulo, por volta das 19h30. Como estava escuro demais para ler o jornal, como ela sempre faz, puxou conversa com o motorista de táxi, como ela nunca faz. Falaram do trânsito (inevitável em São Paulo) que, naquela sexta-feira chuvosa e às vésperas de um feriadão, contra todos os prognósticos, estava bom. Depois, outro taxista emparelhou o carro na Pedroso de Moraes para pedir um “Bom Ar” emprestado ao colega, porque tinha carregado um passageiro “com cheiro de jaula”. Continuaram, e ela comentou que trabalharia no feriado. Ele perguntou o que ela fazia. “Sou jornalista”, ela disse. E ele: “Eu quero muito melhorar o meu português. Estudei, mas escrevo tudo errado”. Ele era jovem, menos de 30 anos. “O melhor jeito de melhorar o português é lendo”, ela sugeriu. “Eu estou lendo mais agora, já li quatro livros neste ano. Para quem não lia nada...”, ele contou. “O importante é ler o que você gosta”, ela estimulou. “O que eu quero agora é ler a Bíblia”. Foi neste ponto que o diálogo conquistou o direito a seguir com travessões. - Você é evangélico? – ela perguntou. - Sou! – ele respondeu, animado. - De que igreja? - Tenho ido na Novidade de Vida. Mas já fui na Bola de Neve. - Da Novidade de Vida eu nunca tinha ouvido falar, mas já li matérias sobre a Bola de Neve. É bacana a Novidade de Vida? - Tou gostando muito. A Bola de Neve também é bem legal. De vez em quando eu vou lá. - Legal. - De que religião você é? - Eu não tenho religião. Sou ateia. - Deus me livre! Vai lá na Bola de Neve. - Não, eu não sou religiosa. Sou ateia. - Deus me livre! - Engraçado isso. Eu respeito a sua escolha, mas você não respeita a minha. - (riso nervoso). - Eu sou uma pessoa decente, honesta, trato as pessoas com respeito, trabalho duro e tento fazer a minha parte para o mundo ser um lugar melhor. Por que eu seria pior por não ter uma fé? - Por que as boas ações não salvam. - Não? - Só Jesus salva. Se você não aceitar Jesus, não será salva. - Mas eu não quero ser salva. - Deus me livre! - Eu não acredito em salvação. Acredito em viver cada dia da melhor forma possível. - Acho que você é espírita. - Não, já disse a você. Sou ateia. - É que Jesus não te pegou ainda. Mas ele vai pegar. - Olha, sinceramente, acho difícil que Jesus vá me pegar. Mas sabe o que eu acho curioso? Que eu não queira tirar a sua fé, mas você queira tirar a minha não fé. Eu não acho que você seja pior do que eu por ser evangélico, mas você parece achar que é melhor do que eu porque é evangélico. Não era Jesus que pregava a tolerância? - É, talvez seja melhor a gente mudar de assunto... O taxista estava confuso. A passageira era ateia, mas parecia do bem. Era tranquila, doce e divertida. Mas ele fora doutrinado para acreditar que um ateu é uma espécie de Satanás. Como resolver esse impasse? (Talvez ele tenha lembrado, naquele momento, que o pastor avisara que o diabo assumia formas muito sedutoras para roubar a alma dos crentes. Mas, como não dá para ler pensamentos, só é possível afirmar que o taxista parecia viver um embate interno: ele não conseguia se convencer de que a mulher que agora falava sobre o cartão do banco que tinha perdido era a personificação do mal.) Chegaram ao destino depois de mais algumas conversas corriqueiras. Ao se despedir, ela agradeceu a corrida e desejou a ele um bom fim de semana e uma boa noite. Ele retribuiu. E então, não conseguiu conter-se: - Veja se aparece lá na igreja! – gritou, quando ela abria a porta. - Veja se vira ateu! – ela retribuiu, bem humorada, antes de fechá-la. Ainda deu tempo de ouvir uma risada nervosa. saiba mais A vida dos mortos Belo Monte, nosso dinheiro e o bigode do Sarney Os robôs não nos invejam mais A pequenez do Brasil Grande A negligência que mata Quando a máscara vira rosto Devemos ter medo de Dilma Dinamite? A parábola do taxista me faz pensar em como a vida dos ateus poderá ser dura num Brasil cada vez mais evangélico – ou cada vez mais neopentecostal, já que é esta a característica das igrejas evangélicas que mais crescem. O catolicismo – no mundo contemporâneo, bem sublinhado – mantém uma relação de tolerância com o ateísmo. Por várias razões. Entre elas, a de que é possível ser católico – e não praticante. O fato de você não frequentar a igreja nem pagar o dízimo não chama maior atenção no Brasil católico nem condena ninguém ao inferno. Outra razão importante é que o catolicismo está disseminado na cultura, entrelaçado a uma forma de ver o mundo que influencia inclusive os ateus. Ser ateu num país de maioria católica nunca ameaçou a convivência entre os vizinhos. Ou entre taxistas e passageiros. Já com os evangélicos neopentecostais, caso das inúmeras igrejas que se multiplicam com nomes cada vez mais imaginativos pelas esquinas das grandes e das pequenas cidades, pelos sertões e pela floresta amazônica, o caso é diferente. E não faço aqui nenhum juízo de valor sobre a fé católica ou a dos neopentecostais. Cada um tem o direito de professar a fé que quiser – assim como a sua não fé. Meu interesse é tentar compreender como essa porção cada vez mais numerosa do país está mudando o modo de ver o mundo e o modo de se relacionar com a cultura. Está mudando a forma de ser brasileiro. Por que os ateus são uma ameaça às novas denominações evangélicas? Porque as neopentecostais – e não falo aqui nenhuma novidade – são constituídas no modo capitalista. Regidas, portanto, pelas leis de mercado. Por isso, nessas novas igrejas, não há como ser um evangélico não praticante. É possível, como o taxista exemplifica muito bem, pular de uma para outra, como um consumidor diante de vitrines que tentam seduzi-lo a entrar na loja pelo brilho de suas ofertas. Essa dificuldade de “fidelizar um fiel”, ao gerir a igreja como um modelo de negócio, obriga as neopentecostais a uma disputa de mercado cada vez mais agressiva e também a buscar fatias ainda inexploradas. É preciso que os fiéis estejam dentro das igrejas – e elas estão sempre de portas abertas – para consumir um dos muitos produtos milagrosos ou para serem consumidos por doações em dinheiro ou em espécie. O templo é um shopping da fé, com as vantagens e as desvantagens que isso implica. É também por essa razão que a Igreja Católica, que em períodos de sua longa história atraiu fiéis com ossos de santos e passes para o céu, vive hoje o dilema de ser ameaçada pela vulgaridade das relações capitalistas numa fé de mercado. Dilema que procura resolver de uma maneira bastante inteligente, ao manter a salvo a tradição que tem lhe garantido poder e influência há dois mil anos, mas ao mesmo tempo estimular sua versão de mercado, encarnada pelos carismáticos. Como uma espécie de vanguarda, que contém o avanço das tropas “inimigas” lá na frente sem comprometer a integridade do exército que se mantém mais atrás, padres pop star como Marcelo Rossi e movimentos como a Canção Nova têm sido estratégicos para reduzir a sangria de fiéis para as neopentecostais. Não fosse esse tipo de abordagem mais agressiva e possivelmente já existiria uma porção ainda maior de evangélicos no país. Tudo indica que a parábola do taxista se tornará cada vez mais frequente nas ruas do Brasil – em novas e ferozes versões. Afinal, não há nada mais ameaçador para o mercado do que quem está fora do mercado por convicção. E quem está fora do mercado da fé? Os ateus. É possível convencer um católico, um espírita ou um umbandista a mudar de religião. Mas é bem mais difícil – quando não impossível – converter um ateu. Para quem não acredita na existência de Deus, qualquer produto religioso, seja ele material, como um travesseiro que cura doenças, ou subjetivo, como o conforto da vida eterna, não tem qualquer apelo. Seria como vender gelo para um esquimó. Tenho muitos amigos ateus. E eles me contam que têm evitado se apresentar dessa maneira porque a reação é cada vez mais hostil. Por enquanto, a reação é como a do taxista: “Deus me livre!”. Mas percebem que o cerco se aperta e, a qualquer momento, temem que alguém possa empunhar um punhado de dentes de alho diante deles ou iniciar um exorcismo ali mesmo, no sinal fechado ou na padaria da esquina. Acuados, têm preferido declarar-se “agnósticos”. Com sorte, parte dos crentes pode ficar em dúvida e pensar que é alguma igreja nova. Já conhecia a “Bola de Neve” (ou “Bola de Neve Church, para os íntimos”, como diz o seu site), mas nunca tinha ouvido falar da “Novidade de Vida”. Busquei o site da igreja na internet. Na página de abertura, me deparei com uma preleção intitulada: “O perigo da tolerância”. O texto fala sobre as famílias, afirma que Deus não é tolerante e incita os fiéis a não tolerar o que não venha de Deus. Tolerar “coisas erradas” é o mesmo que “criar demônios de estimação”. Entre as muitas frases exemplares, uma se destaca: “Hoje em dia, o mal da sociedade tem sido a Tolerância (em negrito e em maiúscula)”. Deus me livre!, um ateu talvez tenha vontade de dizer. Mas nem esse conforto lhe resta. Ainda que o crescimento evangélico no Brasil venha sendo investigado tanto pela academia como pelo jornalismo, é pouco para a profundidade das mudanças que tem trazido à vida cotidiana do país. As transformações no modo de ser brasileiro talvez sejam maiores do que possa parecer à primeira vista. Talvez estejam alterando o “homem cordial” – não no sentido estrito conferido por Sérgio Buarque de Holanda, mas no sentido atribuído pelo senso comum. Me arriscaria a dizer que a liberdade de credo – e, portanto, também de não credo – determinada pela Constituição está sendo solapada na prática do dia a dia. Não deixa de ser curioso que, no século XXI, ser ateu volte a ter um conteúdo revolucionário. Mas, depois que Sarah Sheeva, uma das filhas de Pepeu Gomes e Baby do Brasil, passou a pastorear mulheres virgens – ou com vontade de voltar a ser – em busca de príncipes encantados, na “Igreja Celular Internacional”, nada mais me surpreende. Se Deus existe, que nos livre de sermos obrigados a acreditar nele. (Eliane Brum escreve às segundas-feiras) X.X.X.X.X http://revistaepoca.globo.com/Sociedade/noticia/2011/11/dura-vida-dos-ateus-em-um-brasil-cada-vez-mais-evangelico.html

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

HOJE 06/12/2.011 ÀS 19:00 HS., NO AUDITÓRIO DO PAÇO MUNICIPAL DE GUARULHOS FOI REALIZADO O LANÇAMENTO DO LIVRO CASA DA CANDINHA - RUPTURA E METAMORFOSE De Casa Grande a Centro de História e Memória das Culturas Negras do Autor e Pesquisador de nossa Cidade: Elmi El Hage Omar Nossos Parabéns ao amigo autor, e que logo possam surgir novas e maravilhosas obras como esta !

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

AGRADECIMENTO !!!

NOSSA PERENE GRATIDÃO À TODOS(AS) OS(AS) PARTICIPANTES, VOLUNTÁRIOS(AS), AUTORIDADES PÚBLICAS PRESENTES E DEMAIS MEMBROS DA ORGANIZAÇÃO DA CAMINHADA "ÁGUAS DE OXUM" DE GUARULHOS NA DATA DE ONTEM, 04/12/2.011. OXUM E IANSÃ ( COMEMORADA POR ALGUNS NESTE DIA 04/DEZ. ), "LUZES VIVAS E DIVINAS" DE NOSSO PAI CRIADOR À TODOS(AS) POSSA ABENÇÕAR E TRANSMITIR SEU AXÉ !!! AXÉ ODARA !!! AOS MENOS APROXIMADAMENTE 400 RELIGIOSOS, ENTRE UMBANDA E CANDOMBLÉ TIVERAM A CORAGEM DE DEMONSTRAR SUA FÉ DE FORMA PÚBLICA NAS RUAS DE GUARULHOS, DESDE SEU INÍCIO NA PRAÇA GETÚLIO VARGAS, PASSANDO PELO CALÇADÃO CENTRAL DA RUA D. PEDRO II (CENTRO COMERCIAL), INDO EM DIREÇÃO AO BOSQUE MAIA ( UMAS DAS PRINCIPAIS ÁREAS VERDES E CENTRAL DE NOSSA CIDADE ). O SUCESSO É DE TODOS(AS) !!!

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

BLOG DIFERENÇA E DIVERSIDADE SOBRE DECLARAÇÃO DE DURBAN

http://diferencaediversidade.blogspot.com/2009/08/declaracao-de-durban.html

VALE CONHECER ( DIVULGAÇÃO) - CONECTAS DIREITOS HUMANOS

CONECTAS DIREITOS HUMANOS Rua Barão de Itapetininga, 93 - 5º andar - 01042-908 São Paulo - SP - Brasil - Tel/Fax +55 11 3884-7440 www.conectas.org | conectas@conectas.org

VALE A PENA RELEMBRAR, LER E CONHECER; POIS A TÁTICA DOS ADVERSÁRIOS DA RELIGIOSIDADE É SEMPRE A MESMA !!!

REVISTA DE CULTURA E HUMANIDADES Revista Pittacos ΠΙΤΤΑΚΟΣ ARQUIVOS RSS Onde está a Ética? In Cultura on 30/11/2011 at 12:44 Michelle Gonçalves Rodrigues No início dos anos 50 uma grande polêmica assolou o meio sócio-antropológico. A divulgação de fotos de rituais de iniciação do candomblé baiano por duas revistas de grande circulação na época, Paris Match e O Cruzeiro, trouxe para o grande público imagens que revelam um pouco do segredo desses rituais. Em breves linhas, as reportagens feitas pelo cineasta Henri-Georges Clouzot, para a revista francesa Paris Match, e pelos parceiros José Medeiros e Arlindo Silva, para a revista O Cruzeiro, demonstravam um apelo sensacionalista na divulgação das fotos e a ausência de conhecimento sobre o assunto, expresso nos textos das reportagens, passando pelos títulos “As possuídas da Bahia” e “As noivas dos deuses sanguinários”, respectivamente. Na época vários intelectuais reagiram contra a reportagem de Clouzot, como Edison Carneiro, Pierre Verger e em especial Roger Bastide. Variados argumentos foram utilizados para rechaçar o olhar do cineasta francês, entretanto poucos se pronunciaram sobre a reportagem da revista O Cruzeiro, impressa quatro meses após “o furo de reportagem” da Paris Match, inclusive o próprio Bastide que poucos anos antes havia publicado seu livro “Imagens do Nordeste Místico em Branco e Preto” pela empresa gráfica O Cruzeiro. As fotografias trazem imagens fortes sobre a imolação de animais, transes, raspagem de cabeça e cortes, claro que regados a muito sangue. Tudo isso em plena década de 50! Embora pouco tenha se dito sobre a matéria de José Medeiros e Arlindo Silva, no meio religioso do candomblé a repercussão foi enorme, culminando na possível expulsão da mãe-de-santo da Bahia. Em exatos sessenta anos após a divulgação dessas fotos é realizada, no 35º Encontro Anual da ANPOCS, uma exposição com essas mesmas fotografias de autoria de José Medeiros. Me surpreendi quando as vi em um espaço de destaque em um dos corredores do Hotel Glória. Poucas semanas antes essa história havia sido relembrada por um dos candomblecistas que acompanho em campo no estado de Pernambuco. Silenciosamente comecei e me perguntar o que “eles” achariam dessa exposição. Creio que não iriam gostar muito. No encontro mencionado acima foi realizada uma sessão especial intitulada “J. Medeiros e o Candomblé”. Ainda sob o efeito da surpresa de ver aquelas fotografias, que fizeram parte de uma grande polêmica no meio acadêmico das Ciências Sociais e que agora estavam ali em destaque, fui instigada a ouvir o que sobre elas poderia ser dito. “Documento, ética e estética”, foi o que Lilia Schwarcz disse em sua pequena fala como uma das coordenadoras da sessão, dizendo ainda que a fotografia é um tipo de produção e argumento. Um dos expositores abre sua narrativa dizendo que “as fotos falam mais que a briga”, elas expõem aos olhos um dos segredos do candomblé. Realmente elas trazem a esfera do segredo para o grande público, porém, mais ainda, elas trazem um questionamento sobre o que será feito desse segredo. A preocupação nos anos 50 não se referia apenas a essa “descoberta”, como se essas imagens fossem impensadas ou não conhecidas pelos intelectuais que se debruçavam ao estudo dessa religião, longe disso. É conhecido o arquivo fotográfico de Pierre Verger, por exemplo, que na época se negou, como fotógrafo da revista O Cruzeiro, a disponibilizar seu material para a publicação da reportagem. O que de fato incomodou o meio acadêmico foi a perspectiva da reação do grande público ao ver aquelas fotografias, que a meu ver, tal preocupação continua pertinente nos dias de hoje. Já se aproximando a esse questionamento, outro expositor deixa uma pergunta em sua fala, qual será a reação do povo de terreiro sobre a nova onda de fotos republicadas? O curioso é que ele mesmo dá uma resposta a partir de um pedido feito a ele em seu campo na cidade de São Paulo. Se me lembro bem, o sociólogo se referiu a um sobrinho da mãe-de-santo baiana que se deixou fotografar por José Medeiros. O sobrinho, residente em São Paulo, pede ao pesquisador para ter cuidados com as fotografias tiradas em seu terreiro para que não aconteça o mesmo que aconteceu a sua tia. A preocupação do sobrinho refere-se ao que pode lhe acontecer quanto a críticas em seu meio religioso. O sociólogo segue argumentando que nos dias atuais há uma briga geracional no candomblé, os mais novos questionando os mais velhos e tendo como motivo o conhecimento dos trabalhos sócio-antropológicos sobre sua própria religião. Concordo que há uma briga geracional, mas colocá-la como o resultado de conhecimento dos trabalhos acadêmicos acredito ser um certo exagero. Não que tais trabalhos não sejam conhecidos, muito pelo contrário. Cada vez mais o interesse sobre o que é escrito sobre “eles” aumenta. Entretanto esse conhecimento além de dar subsídios para críticas aos mais velhos, dá, principalmente, a possibilidade de crítica a esses mesmos trabalhos. O que frequentemente acontece em minha experiência de campo. Era tempo que o povo de terreiro poderia ser visto a partir de um olhar inocente do pesquisador, por ironia muitos deles estão nas universidades brasileiras. Em Recife há uma crescente motivação para que os jovens avancem em seus estudos. O questionamento, embasado nos trabalhos sócio-antropológicos, muitas vezes se refere ao poder do pesquisador ao falar de uma religião alheia. Em meio à exposição surge um questionamento na platéia, será que essa briga em torno das fotografias das revistas Paris Match e O Cruzeiro realmente importa frente à intolerância religiosa nos dias atuais? De tudo ali falado isso me pareceu uma preocupação digna das Ciências Sociais. Nessa perspectiva, o que a republicação dessas fotografias pode trazer e influenciar no processo de intolerância religiosa? Como fica a questão da ética do pesquisador em casos que fotografias desse tipo são divulgadas? “Documento, ética e estética” compõem a fotografia, como disse Lilia Schwarcz. Mas de que documento, de que ética e de que estética estamos falando? Comecemos pela última. A estética dessas fotografias é realmente bela em detalhes para quem as observa, ao mesmo tempo que gera um estado de uma curiosa repugnância que não deixa retirar os olhos de imagens, digamos, “pitorescas”. A estética que procuramos nessas fotografias diverge da subjetividade dos espíritos ali fotografados, para “eles” é um momento da confirmação de suas verdades religiosas. Tocamos o ponto do documento, documento etnográfico, bom para ser pensado, versus documento da experiência, bom para ser vivido. E aqui, a ética tem um lugar especial no “que fazer” das fotografias como documentos etnográficos. Em muitos casos, tais documentos podem se tornar um instrumento de acusação que foge aos domínios dos trabalhos acadêmicos. Em resposta à questão da intolerância religiosa, um dos expositores diz que a “intolerância religiosa não é bem uma intolerância religiosa, mas um debate” entre as religiões. Ora, um agir comunicativo habermasiano perfeito! O problema é que esse debate pode utilizar os documentos etnográficos como um instrumento de acusação. Entretanto, “deixa eles brigarem, né, que não é uma questão nossa”! N/A: Para uma maior descrição sobre a polêmica entre as revistas e a transcrição dos posicionamentos de intelectuais na época há o livro de Fernando Tacca, “Imagens do Sagrado – entre Paris Match e O Cruzeiro”. São Paulo: Editora da Unicamp/Imprensa Oficial do Estado de São Paulo. 2009. http://revistapittacos.org/2011/11/30/intolerancia-religiosa-onde-esta-a-etica